terça-feira, 19 de março de 2013

"Eu tenho defeitos?"



Esse fim de semana a Madú veio com essa pérola: "Xande, eu tenho defeitos?"
E eu disse: "Nú! Muitos!!! Mas também tem virtudes demais!"
"E qual defeito você menos gosta?" ela continuou. "Eu amo tanto seus defeitos como suas virtudes, pois eles te definem e me fazem amá-la ainda mais. Agora se quer saber qual me irrita mais é sua inquietação".

Já falei com vocês, crianças querem a verdade, pois sabem bem farejá-las.
Mas aproveitei para ensinar um pouco mais do assunto pra ela e fica pra vocês também como um "up" ;-)



"Madú, Papai do céu nos deu tanto as virtudes como defeitos para crescermos como pessoas.

Nós temos que melhorar nossas virtudes e amenizar nossos defeitos. Ninguém é perfeito e nunca será.
Viver é isso: um aperfeiçoamento diário do que somos no corpo, mente e espírito.
Você é que sabe o que quer ser. Escolha bem e trabalhe para ser a melhor no final.
Sua mãe e eu sempre te amaremos e te ajudaremos nesse crescimento. 
Mas quem tem que se amar mais e buscar mais isso é você".


Ela parece ter entendido bem. Conheço minha pequena, ela vai ficar matutando isso por dias ainda, do jeito dela e mais cedo ou tarde voltará com conclusões e mais perguntas.
Pensando sobre isso hoje, descobri um outro "porquê" pro apelido que dei a minha filha: não só pelo nome, mas porque é uma criança bem madura.
Dá gosto ver como ela tem vontade de melhorar a cada dia.
Orgulho por ela não me falta.





Inté o/


quarta-feira, 13 de março de 2013

Projeto "Ler para escrever melhor" - Continuação [2]

Hoje trarei a segunda redação da Madú.
O livro é esse descrito no post: projeto ler para escrever melhor
Ela preferiu começar por outra história que não a primeira.
Só pra entenderem o processo rapidinho, ela lê, faz um resumo, eu corrijo e ela passa a limpo.
Eu gosto de postar as duas redações, mas ela jogou a primeira fora, então marquei nessa de duas formas:
De vermelho claro, locais que ela tinha errado e corrigiu e de vermelho escuro erros que permaneceram.
Eu só a deixo passar a limpo uma vez, até mesmo pra que ela preste mais atenção, já que poderá corrigir só uma vez:


Ela já apresenta evolução nos termos da escrita, o que gostei bastante.
Este livro é um pouco mais complicado que o outro primeiro, mas a ideia é essa mesmo, enriquecer o vocabulário e interpretação dela sem forçar a barra demais.
A Rê que está acompanhando as leituras, já que não posso estar com elas durante a semana e me relatou que a Madú acaba viajando demais quando lê. Tipo, foca mais a natureza, o cenário que o personagem principal e o fato narrado em si.
Então conversei com ela sobre como ler (a questão da interpretação). Tentei colocar na linguagem dela o que aprendemos até hoje em cursinhos preparatórios.
Disse pra ela que quando lemos, somos "detetives do saber" e que temos em nossas mãos um mistério a resolver: o que diz aquele livro? Falei que claro que as gravuras, personagens coadjuvantes, cenário são importantes, mas que ela tem que se focar no personagem principal (ou nos personagens principais). Falei também do título da obra como sua primeira pista, sua porta de entrada no mistério. Ali contém (ou deveria conter, né?) várias pistas que ajudarão a resolver o mistério da razão de ser do livro.
Agora eu que estou ansioso pra ler o próximo resumo. Isto está sendo uma experiência muito boa e divertida.
Outra coisa que a Madú tá apanhando é pra aprender a usar o dicionário. Tem paciência nenhuma... Mas tenho que insistir, já já ela entra na geração "google" e aí já era...
Uma parceira nossa resolveu aplicar a ideia também. Seu nome é Telma e tem uma linda garotinha, a Sofia. Eu a conheci via  "Rê" e elas são companheiras de blog (um bando de "mulé" que se conheceu virtualmente através de blogs e chats, onde trocavam ideias de maternidade, feminilidade, etc e hoje são amigonas na vida real - coisas de menininhas... Bwhauahauhau. Verdade seja dita, muito legal essa parceria delas).
Aqui está o registro da Tel pra quem quiser ver um parecer diferente, mais feminino e melhor, de uma mãe de verdade, hehe:
Em casa nova / os livros e as crianças
Vale a pena acompanhar as aventuras de nossa querida "Fiona". Tel tem várias virtudes femininas, dentre elas destaco comprometimento, diversão, gosto pela leitura, garra e amor demais pela filha e família.

As beldades e o monstrão, hauhauhau =P
 

Bem... é isso então =P.
 Inté o/

Quase EXPLODINDO de tanto orgulho!!!


Se outro dia o post foi difícil, este só me traz felicidade!!!
Hoje recebi uma sms da Rê me contando que ontem a Madú a esperou dormir e deu uma geralzona na casa:
Varreu e limpou a casa geral, lavou as vasilhas na pia, recolheu os lixos e até lavou o próprio tênis *.*.

Outro dia também, numa  comemoração de aniversário na casa da tia Adélia, ambas (Rê e Adélia) tiveram um de seus famosos "ataques de narcolepsia (bwhauahuahau) e capotaram na cama. Não é que a Madú deu banho e pôs pra dormir sua priminha Giovanna (3 anos) e ficou cuidando do priminho Arthur (2 anos) quando este acordou? (só que agora ela tá querendo um irmãozinho ou irmãzinha... Ops!!! ^^" ).
Gente, quando penso que há um ano e meio atrás ela nem sabia amarrar o cadarço isso me deixa lotado de alegria.
Pode parecer pouco pra quem não sabe da história toda ou nem conhece a Madú, mas é um passo gigantesco no crescimento dela.
Ambas, mãe e filha, já passaram (e às vezes passam ainda) por cada perrengue que nisso vejo uma parceria, um relacionamento muito bacana e até mesmo uma resposta positiva demais da Madú pra Rê de quem diz em ações (o que é o mais importante) que ela está ciente de tudo, grata e disposta a ajudar.

Eu já falei isso pra ela, mas registro aqui também pra vocês, eu não sei se conseguiria fazer uma criança tão perfeita biologicamente falando (não sou o pai biológico dela, como já falei) e agradeço demais a Deus por ter me dado uma filha bem melhor do que imaginava ou pediria.
Deus nos dá realmente muito além do que pedimos e imaginamos...
Isso só me faz querer ser um cara ainda melhor pra essa filha que só melhora também a cada dia.
Você brilhou, Madú! Continue assim!!!






Inté o/

domingo, 10 de março de 2013

"Síndrome de Pinóquio [2]" ou "Quem é o pai da mentira?"

Esse será um tópico difícil...
Neste último sábado, ocorreu um fato, que muito me entristeceu, entre a Madú e eu.
Ela estava fazendo a lição da escola dominical e me perguntou "como escreve perceber"?
Eu, como já falei, estou tentando ajudá-la a escrever melhor e também a sair da comodidade e preguiça natural imposta as crianças de hoje, disse: "Cadê o dicionário?" e a Rê completou: "É mesmo, agora ela tem um novinho pra escola".
Ela já saiu resmungando. Eu como detesto gente reclamona já cortei logo: "Madú, se ficar nesse muxoxo todo, eu vou te dar uma razão real pra reclamar!". E quem me conhece um pouquinho sabe que quando falo sério, falo sério mesmo e talvez aqui tenha começado minha parcela de culpa pro fato que já vou citar.
E lá vai ela desanimada procurar a tal palavra.
"Não tô conseguindo. Me ajuda a achar?"
"Não Madú. Já te ensinei várias vezes. Pena aí um pouquinho que você consegue".
"Ah desisto!", disse ela depois de mal tentar. "Nem a pau!", disse eu, "Que moleza é essa? Já vai desistir sem nem tentar direito? Deixa de ser preguiçosa, Madú. Procura que você consegue. Você não me disse ontem que é persistente?" (falando sobre a história que tinha  contado pra ela sobre Alexandre o grande e a narração de como ele domou seu cavalo Bucéfalo, demonstrando assim sua persistência, a moral dessa história).
Enfim chegamos no fato triste: Vejo ela indo quietinha pra mesa e continuar o dever. Chego lá e digo: "E então? Achou, né?". "Sim.", ela responde enquanto vejo que ela escreveu perceber com "s", "era com s ".
"Você achou essa palavra com s no dicionário, Madú?", já falei olhando pra ela sério. Daí desaguando em lágrimas "Não, eu não consegui achar...".
Enfim, em resumo tivemos uma boa conversa sobre mentir. Ensinei de novo a usar o dicionário e ela corrigiu seu erro.
Já escrevi um tópico sobre um pouco desse assunto: Síndrome de Pinóquio
Eu acredito que por mais normal que vocês possam achar mentir, imagino que ninguém gosta quando mentem pra gente e, principalmente filhos, já que sabemos bem as situações que nos aguardam e, se não pudermos confiar uns nos outros, estaremos perdidos.
Já é a segunda vez que Madú mente pra mim. Eu sei que parece normal. Eu falho e minto também, pra minha vergonha, algumas vezes. Evito ao máximo e, quando acontece, eu já conserto logo. 
Odeio mentira. Já menti demais na vida e sempre o fim era triste. Busco realmente o padrão de "mentir jamais". 
E a Rê é ainda pior que eu. Ela não admite mentiras (nas próprias palavras dela) e está corretíssima. Se houver mentiras entre elas, depois de tudo que passaram, passam e passarão, elas estarão perdidas!
Claro que a mentira da Madú lhe custou um bom sermão da minha parte, um castigo (um dia sem TV, que sei lá se teve efeito porque a prima dela foi pra lá nesse dia e elas provavelmente não iriam ver tv mesmo) e provavelmente a Rê deve ter tido outra conversa séria com ela.
Para alguns de vocês essa nossa ação pode estar sendo "séria demais", exagerada, desnecessária, etc.
Mas percebam que, a maioria dos fatos em nossa vida tenebrosos, começaram em pequenas coisas, pequenos atos, pequenas omissões, pequenas mentiras!!!
Eu não sou hipócrita... Eu hoje busco viver um padrão que muitos de vocês ririam se soubessem. Mas normal, já riram de mim na escola, na faculdade, no trabalho, então fiquem a vontade. O que eu realmente não suporto é a ideia de cobrar algo (quando cobro, que nem isso gosto, mas como pai não tenho essa escolha) de alguém que eu mesmo não estou disposto a fazer.
Posso ter facilidade de não mentir, mas e outras fraquezas, como por exemplo falar palavrão? Cara, é meu vício!!! E a Madú detona comigo e eu agradeço a ela por isso, peço perdão e me esforço pra não fazer mais isso. Fora as demais, outras brechas que tenho que trabalhar constantemente em meu viver.


Trabalhar o caráter, o bom caráter, é algo difícil na gente, leva uma vida inteira, que dirá nos filhos?
Não basta só falar e corrigir. Tem que ser e ter a humildade de reconhecer quando falha pra eles e, claro, pedir desculpas sinceras de quem se arrependeu e buscará não repetir o mesmo erro. E eles nos vigiam, viu?
É champs, né brinquedo não, mas você colhe o que você planta.
Quais tem sido as suas sementes? Está preparado para o que irá colher?

Inté o/

segunda-feira, 4 de março de 2013

Não deixe morrer bons costumes.

Hoje, a Rê e eu trocamos bons "torpedos" (sms) sobre o livro que a Madú está lendo (projeto-ler-para-escrever-melhor) e a importância desse ato e tal.
Aí fui pesquisar no "pai google" sobre ações que ajudam a despertar o interesse da criança pela leitura e achei essa dica importantíssima: Conte sempre histórias para seus filhos.
E pelo que tenho visto, é uma coisa que está acabando... Os pais não se dedicam tanto mais a contar histórias para seus filhos, quando muito na fase em que são novinhos. Pra que? Hoje tem TV, CD-rom, e os "Ais" da vida: Ipod, Ipad, Iphone.. (ai ai ai, mesmo T.T ).
Eu li esse artigo e achei um espetáculo.
Vale a pena ler. Vou copiá-lo na íntegra do site http://www.obrasileirinho.com.br
Artigo de Jackson Rubem :


"Como ler boa história infantil para uma criança

Ler é um prazer, porque você viaja para outros lugares, conhece outras pessoas, enquanto vai percorrendo as páginas do livro. Além disso, é um exercício necessário para o bom desenvolvimento e fortalecimento do cérebro da criança. Quanto mais uma criança lê bons livros, mais inteligente ela fica, mais se destaca em seus estudos. Adultos também precisam ler, para evitar que o cérebro entre em decadência antes do tempo.
As crianças apreciam sempre, e em qualquer ocasião, uma boa história. Seja para dormir ou por mera distração, o mundo da fantasia e do imaginário sempre fascinou os mais novos. Aproveite as férias para ler, todos os dias, uma história ao seu filho, conforme texto publicado no site abcdobebê “O prazer de uma boa história infantil”, transcrito abaixo:
Contar histórias não é propriamente um dom por aí além, mas conseguir fazer viajar uma criança pelo mundo da fantasia e do real, nem sempre é tarefa fácil. O que acontece é que as crianças precisam sentir com intensidade a história que estão a ouvir, portanto coloque o máximo de emoção e de vivacidade que conseguir, quer esteja a contar um conto retirado dos livros ou uma história real.
Se estiver a contar uma história, por exemplo, a do Chapeuzinho Vermelho, conte-a com a máxima ferocidade, quando chegar a parte do lobo mau e com a maior delicadeza que conseguir, quando chegar a parte da avózinha. O que prevalece é o jogo de palavras e o tom de voz que se utiliza. Aquilo que as crianças gostam é de sentirem a história e que, também elas estão com medo ou que também elas estão divertidas.
Quase todas as histórias têm um herói e, é imprescindível que também elas sintam qual o verdadeiro herói da trama. Para isso, os contadores de histórias devem saber contá-las convenientemente, de maneira a que a criança possa retirar as conclusões acertadas. Independentemente de se contarem histórias em grupo ou em privado, a forma de contá-las deve ser idêntica e com a mesma emoção.
Existem várias formas de transmitir histórias: as contadas pela voz do comunicador, a dos livros, dos vídeos, CD Rom, cassetes ou CD’S. Todas elas são contadas de modo privado, ou seja, realizadas apenas para um ouvinte podendo contudo, haver mais que um. Mas, existem aquelas histórias de grupo nas quais é necessário um público para as mesmas tomarem forma. Falamos-lhe das histórias que acontecem nas telas do cinema, nos palcos do teatro, a dança e as de televisão. Nalgumas delas chega mesmo a haver a interferência do público, isto é, da criança, que acaba também ela por ser um interveniente ativo e fundamental para o desenrolar dos acontecimentos.
Quando se conta uma história para um público infantil, recorre-se a determinadas técnicas e recursos, conjugados com o local onde a própria história está a ser contada. Todavia, em privado, o indispensável é conjugar a atenção da criança. A partir daí, é meio caminho andado para que as coisas corram pela positiva. O desenrolar perfeito dos acontecimentos da história e a sua ordem, é selecionado e feito pela própria criança. É ela que a comanda na totalidade.


A técnica perfeita para contar uma história ao seu filho ou aos amigos dele é, sem dúvida alguma, deixar-se levar pela imaginação. De início, reflita num tema ou numa ideia interessante, soltando posteriormente a sua imaginação o máximo que conseguir. Vá utilizando palavras e imagens que a criança facilmente consiga perceber e distinguir, e prepare a criança para o estado de receptividade, em relação ao que está a contar.
No decorrer da história a criança deve estar calma e atenta, sinal de que está interessada e a assimilar tudo corretamente. Quando chegar os momentos fundamentais da história, faça pequenas pausas para criar o devido suspense, mas sem recorrer em demasia aos detalhes ou pormenores. O excesso exagerado de descrições faz com que a criança se farte, e se desligue da essência da história saturando-se em demasia.
Quer se goste ou não devem-se contar histórias às crianças, até mesmo para estimular a sua imaginação, já que os mais novos apreciam este mundo da fantasia, dos heróis e dos vilões. Até porque quando se conta uma boa história de maneira simplificada, é uma boa alternativa para mantê-los sossegados e felizes. Se não tiver imaginação para inventar e produzir uma, recorra às histórias habituais que certamente se recorda da sua infância. Verá que o seu filho entrará no sonho do imaginário, pela sua própria voz e presença carismática…"

Muito bom, não é não?
Aqui estão 2 links de artigos bem legais sobre o assunto também:



Sempre que punha a Madú pra dormir, ela me pedia pra contar uma história e eu sei duas de cor ótimas pra essas horas:

Giovanna de "Vaquinha Vitória" hahaha.

"A vaquinha Vitória
Era uma vez uma vaquinha chamada Vitória.
Um dia ela caiu no buraco e acabou a história."
ou

Arthur de "Pintinho Relam" (é o mais próximo que consegui, haha)

"O Pintinho Relam
Era uma vez um pintinho chamado Relam.
Sempre que chovia, "Relam piava"... "

Hauhauhau, e quem disse que ela aceita? Lá vou eu inventar histórinhas... E pior, depois ainda tenho que ouvir as intermináveis histórias que ela inventa também, hauhauhau. É uma figura!


Eu já pensei em gravar umas histórias pra Madú. Eu consigo mudar meu tom e timbre e o resultado é até divertido (há quem diga que eu devia ter sido dublador...). 
Tem um pedido de um "mp4" na lista de desejos pré-adolescentes dela que, caso eu realize, farei essas gravações. Infelizmente não posso estar com ela diariamente ainda, então será uma forma dela me sentir mais pertinho também, acredito.
E você que pode estar com seu filho toda noite? O que está esperando? 
Eu já te ensinei duas histórinhas, heim? hauhauhau. 
Pegue um bom livro de contos e se divirta sendo o herói, o vilão, os coadjuvantes e o narrador também. Aposto que seu filhão (ou filhona) vai adorar.

Inté o/