sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Síndrome de Pinóquio.


"Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não".
Eu tenho um trato com a Madú, eu não prometo nada. Detesto promessas, juras, essas coisas. Acho que são o primeiro passo para a mentira e odeio mentiras. Já menti demais e isso me fez mais mal que bem, o que é até óbvio. É claro que às vezes ainda minto, mas evito ao máximo e me entristeço demais quando me pego utilizando desse recurso. A mentira mina a confiança e sem confiança, não se pode ter nenhum tipo de relacionamento, especialmente o de pai e filha.
Outro efeito colateral de ficar prometendo é que faz parecer que o resto dito não tem valor. Só vale se você prometer ou jurar fazer. A Madú sabe que meu sim é sim e meu não é não. Sabe também que tudo que combino com ela cumpro, muitas vezes não no tempo que ela gostaria, já que é ansiosa demais, mas cumpro, por isso gosto de refletir bem sobre o que combinamos, para não me trair com minha própria palavra.
Infelizmente meus pais mentem demais. Acho que eles nem percebem mais. E acabam achando que todos são assim. "O bom julgador por sí julga". Outra consequência de ficar mentindo.
Como eu odiava as frases "na volta a gente olha" ou "melhora suas notas que compro" ou "vou pensar" e nada disso acontecia. É traumático isso!
Outra coisa triste é quando você finge interesse em algo relacionado com seu filho. "Nossa, que lindo esse desenho" sem nem olhar direito ou algo assim. Não se iludam, as crianças são sinceras e sabem também reconhecer sinceridade. Quem me conhece sabe que me dou super bem com crianças tão somente porque sou sincero com elas. Brinco, brigo, aproximo ou afasto, mas nunca as engano. Não sou de mentir para elas. Não quero me mostrar superior e nem tenho medo de reconhecer quando elas sabem mais algo do que eu. É um pacto que temos. É uma promessa (e uma das poucas que me permitir fazer) que fiz pra mim mesmo: Me tornaria "gente grande" sem ser "gente grande" ;-).
A Madú pega rabeira com isso muitas vezes, porque ela tem um discurso comum meio assim "você promete que vai bla bla bla" e eu corto na hora. Digo que não precisa disso. Que basta falar e que devemos confiar um no outro até que se prove o contrário. Até que perdamos a confiança recíproca, o que luto para que nunca aconteça.
Caso você seja do tipo que mente, ou que acha que uma mentirinha às vezes não faz mal, cuidado. Passe a refletir bem sobre isso, assim como suas "mentirinhas" refletirão para quem você mente o que você é na verdade. 
E nunca subestime nem superestime uma criança. Você pode se assustar e muito com essa péssima atitude. E quando isso acontece, geralmente é tarde demais para se corrigir...
Confiança perdida, meu amigo, na maioria dos casos é irreparável.
Palavras de uma pessoa que foi levada a crescer desconfiada...

Inté o/

2 comentários:

  1. Alex, é incrível q sou mãe a tanto tempo e ainda assim aprendo mto com vc aqui. Realmente é mto importante tudo o q vc disse. Eu parei de falar pra Sofia coisas do tipo "ah, se vc melhorar na escola...". Agora qndo eu tenho condições eu digo q sim. Qndo não tenho, digo q não.
    Isso de prometer algo q não sabemos se vamos poder cumprir é ruim mesmo... o pior é q mtas vezes a gente fala/faz coisas e não percebe como está sendo ruim pra relação... Obrigada por mais esse ensinamento!
    Tá indo MTO bem como iniciante de blog!!

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    1. Telma, a medida que me conhecer vai perceber duas coisas simples a meu respeito: Uma que sou um cara completamente prático (até demais) e a outra que busco aprender com a escola da vida, quer por erros meus, erros de outros ou erros que cometeram comigo.
      Criar uma pessoa não é nada fácil, mas ao mesmo tempo é extremamente gratificante, até mesmo porque nos ajuda a entender o que somos, pelo que passamos e como podemos melhorar.
      Fico feliz de ajudá-la de alguma forma e, da mesma forma, sou te grato pois tenho aprendido muito com você também.
      Não desanime e parabéns pela pessoa que é e pela pequena notável que está ajudando a formar. Abs.

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