sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

"Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço"...

Hoje uma amiga postou uma charge dos Simpsons que me lembrou velhas discussões e temas da minha vida: até onde os filhos aprendem com nossos exemplos.
Ei-la:

Meu pai no passado parou de beber na minha frente para que eu não o imitasse. Adiantou nada, hoje bebo porque quero. Isso me faz pensar se o "exemplo" muitas vezes não é uma desculpa para a falta de comunicação.
Vou dar destaque pra bebida, mas isso se aplica a tudo dentro dessa questão, o "aprender" com nossos atos.
Vou permitir aqui contar um fato que aconteceu entre minha namorada e a Madú. Não sei bem o contexto que a conversa começou, mas acho que foram num barzinho comprar refrigerante e a Madú se incomodou com a "galera do copo sujo" (bêbados, escandalosos, piriguetes e por aí vai). Ao questionar a mãe sobre veio a questão que achei mal comunicada:
- "Beber cerveja (ou qualquer outra coisa) é errado, mãe?" - perguntou a Madú.
- "É sim, minha filha, inclusive quem bebe não vai pro céu." - respondeu minha namorada sem pensar muito sobre pois logo veio a contra resposta da Madú:
- "Mas o Xand bebe cerveja. Então ele não vai pro céu?". Ui. Acho que essa foi desnecessária.
É claro que entendo que o medo de um vício despertar em nosso filho nos faz ser um pouco terroristas, mas as crianças não entendem assim. Elas são propensas a genelarizar, até mesmo por pouca experiência de vida ainda. 
Sem entrar no foco religioso da coisa, que não é o que me interessa aqui, as questões que gostaria de destacar são:
- 1º: não só a bebida, mas nenhum vício é saudável (se fosse, não teria esse nome, né?) ou seja, novela, coca cola, fofocar e tudo mais que sei que estão pensando aí agora;
- 2º: o que torna algo ruim, não é o seu uso, muitas vezes, mas seu uso errado. Beber não faz mal, quando se sabe beber. Assim como ver tv, usar a internet, jogar e tudo mais que ao ser usado em excesso ou nas horas ou lugares errados, geram o problema quanto a sua utilização.
Eu evito ficar bebendo na frente da Madú. Como evito falar palavrão, evito ser agressivo e qualquer outra coisa que acho um mau exemplo. Mas ela sabe bem o que eu faço e entende que não exagero em nada. 
Nunca me alterei na frente dela e nem de ninguém (na verdade, de uma pessoa só, até porque estava aprendendo meu limite "pós-cirúrgico" pro álcool e precisava de alguém de confiança perto e uma vez aprendido nunca mais cheguei nem perto).
Inclusive eu tenho um acordo com minha namorada, e não serve só pra bebida: no dia que algo que faço me levar a uma ação "estranha" ela pode me cobrar mudança no tal ato.
As crianças precisam também entender que existe limite para as coisas. Que existe diferenças entre elas e nós. Que temos controle do que fazemos e elas muitas vezes não. Fora a questão de respeitar a própria lei, que costuma delimitar bem essas coisas.
Eu cresci ouvindo que "meu irmão aprendia com tudo que eu fazia". Que mentira. Quem conhece nós 2 sabe que não temos nada, mas nada mesmo a ver. Não curtimos nada igual. Somos irmãos, mas se não fosse pela certidão de nascimento, nem eu acreditaria.
Acho que o exemplo, a ação, a comunicação que ensina algo é a feita com o coração, com amor.
Não deixe de viver algo com, ou sem, seus filhos por causa do que os outros pensam, mas sim porque acha errado. Nós sabemos bem o que fazemos errado, o que é um mal em nossa vida.
Faça o bem e seu filho aprenderá a ser bom com você, não pelo que "bebe", "vê" ou "fala", mas pelo bem que ele enxergará em você.
Agora, se você tem um problema com algum vício, esquece tudo que leu aqui e vai se tratar. Afinal, seu problema é outro ;-).

Inté o/

2 comentários:

  1. É... complicado msm essa questão de exemplos... sei q mtas coisas eles aprendem, sim, como o nosso jeito. Eu fou meio reclamona e, por ver no que Sofia está se transformando (rabugenta), tô tentando mudar. COisa de louco!
    E tinha a fase de brincar de escolinha, onde eu percebia como era na escola dela. E de casinha, onde eu percebia como EU era com ela.
    Em mtas situações elas é que são nosso espelho e aí podemos mudar ou manter certos hábitos.
    Mas, sim... os ensinamentos devem vir do coração e através de palavras coerentes. Devemos pensar msm antes de responder... rs
    Bjks

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    1. Agir sempre brandamente e com amor, né?
      "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás."
      Abs.

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