Sempre me perguntei se teria coragem de ser o que realmente sou pros meus filhos.
Não me entendam mal, não é que eu mentiria para eles, mas se tem uma coisa que homem não sabe fazer é demonstrar emoções direito, que dirá "fraquezas".
Acho que o termo certo não é "coragem" mas sim capacidade e até mesmo humildade de ser o que realmente se é, de reconhecer erros e defeitos.
Meu pai nunca foi de demonstrar suas emoções conosco, seus filhos (somos 3) e minha mãe foi pior ainda. Ela nunca admitiu que chorássemos, que mostrássemos nossas fraquezas e por mais que eu não concorde com isso e ache isso um absurdo, foi a criação que eu tive.
Não os levem a mal. Eram outros tempos e queriam fazer filhos fortes, quase inabaláveis. Coitados...
E hoje me pego cheio de defeitos que não tive como lidar na época, nem com quem conversar sobre.
Não minto pra Madú. Já tivemos papos sérios sobre minha vida, sobre meu passado e também meus defeitos e mancadas.
Ela sabe que sou humano. Que erro. Que sofre. Que tenho pontos fracos.
Essa é minha decisão, ser honesto com ela. Ser realista. Ser o que sou.
Uma vez ela quis saber do meu casamento, porque não deu certo e o que aconteceu comigo depois.
O mais próximo de uma linguagem que ela entenderia, tentei explicar que tive depressão. Que por 2 anos eu praticamente "dormi para vida porque tinha levado uma pancada forte demais".
Sabe o que ela me disse? "É... eu também já levei uma pancada da vida...".
O mais próximo de uma linguagem que ela entenderia, tentei explicar que tive depressão. Que por 2 anos eu praticamente "dormi para vida porque tinha levado uma pancada forte demais".
Sabe o que ela me disse? "É... eu também já levei uma pancada da vida...".
Nos meus 37 anos de vida, nunca tinha me sentido tão imaturo, tão "criança" perto de uma piazinha de 7 anos de vida...
A Madú aprendeu com 2 anos de idade algo que não sei até hoje: o que é perder alguém muito próximo de sí para sempre. E, detalhe, meu maior medo é o dia que perderei meu pai (quem nos conhece, sabe o quanto eu o "venero", mesmo sendo um homem repleto de defeitos, mas também lotado de virtudes, sejamos justos). E ela já conhece essa dor.
A Madú aprendeu com 2 anos de idade algo que não sei até hoje: o que é perder alguém muito próximo de sí para sempre. E, detalhe, meu maior medo é o dia que perderei meu pai (quem nos conhece, sabe o quanto eu o "venero", mesmo sendo um homem repleto de defeitos, mas também lotado de virtudes, sejamos justos). E ela já conhece essa dor.
É impressionante, até sem ela não fazer a menor ideia, aprendo algo com esta menininha meiga.
Nessas horas que vejo o quanto não estou pronto. O quanto ainda tenho que crescer e o quanto preciso dela.
Eu não sei se sou héroi ou bandido, mas sei que seja lá o que eu for, eu o serei para meus filhos.
E quando meu maior medo chegar, quero tê-los comigo, sendo o mais sincero e verdadeiro possível, na certeza de que não me acharão fraco, mas alguém que os quer sempre ao lado e que precisa demais deles.
E você? De que lado das "grades" está? ;-)
Inté o/
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